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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Etecetera e tal

Diz o poeta Guimarães Rosa que viver é etecetera. Atrevo-me a dizer que lhe faltou o tal na definição. É certo que viver é o etecetera de todos os dias, o etecetera inglório que omitimos quando trocamos novidades, o etecetera  que se dilui no casa-trabalho-trabalho-casa monótono com que resumimos a nossa existência. Mas no viver existe também o tal. O tal está para o viver como o sal está para o pão. Por exemplo, o dia de S. Valentim: não é uma obrigação calendarizada, é um pretexto para acrescentar um tal ao etecetera. Seja esse tal uma ida ao cinema, uma flor, um jantar romântico ou um simples beijo na bochecha.
O meu tal para o Giuliano foi um envelope com seis vales sem data de validade, para serem levantados quando entender. Vale para um jantar de gastronomia romântica. Vale para uma noite de amor descadenado. Vale para um fim-de-semana num sereno onde calhar. Vale para um dia de inspiração cultural. Vale para um passeio de insignificante abandono. Vale para uma caminhada na natureza luxuriante.
O tal do Giuliano para mim foram flores e chocolates em forma de coração.
Cozinhei gnocchi feitos à mão, em molho de tomate e cogumelos. E agora deixo-me adormecer no sofá ao lado dele, abandonando-me ao etecetera com um sorriso de tal nos lábios.


Beijinhos

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