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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Pieguices...

A vida familiar vai-se arrastando num tão rotineiro rame-rame que tenho de me socorrer do que se vai passando fora de portas, entre os fait divers protagonizados pelos actores da nossa distinta classe política, para obter algum tema minimamente interessante que dê trabalho bloguista aos meus dois dedos escrevinhadores.
Não tenho de me esforçar muito na procura. Mais uma vez é o primeiro ministro, o “querido lider” a que temos direito, a dar outro tiro no pé e a proporcionar-me o extravasar deste meu gozo sádico de dar mais uma bordoada no ceguinho.
Desta feita, o dito senhor, numa escola em Odivelas onde foi discursar não sei a propósito de quê, dirigindo-se generalizadamente ao povo português, perourou na sua voz meio gutural de cantor lírico esta pérola lapidar: “Devemos persistir, ser exigentes, não sermos piegas!”. Ipsis verbis.
Então não é que o homem é mesmo uma besta!
Não sou político, nunca me candidatei nem penso candidatar-me a qualquer cargo público, não sou comentador televisivo com pretensos ou alegados dotes de opinion maker, portanto posso dar-me ao luxo de usar e abusar dos impropérios que muito bem entender e, porque não tenho jeito para pieguices, dizer alto e bom som: o homem é uma besta !
Piegas? Então a grande maioria do povo português, sujeito como está a uma iniquidade sem paralelo desde meados do século passado, causticado por impostos arrasadores, com índices guinnessianos de desemprego, com a espada de Dâmocles da falência sempre a adejar sobre a cabeça, alvo de uma austeridade em expansão que continua a afectar prioritariamente quem menos (ou já nada) tem em contrapartida de quem continua a poder enfiar o dinheiro em offshores, só porque às tantas e por uma vez se queixou, é piegas?
Sr Primeiro Ministro, deixe de ser uma besta. Dê-se ao incómodo de olhar à sua volta, de sentir a realidade fora da sua redoma protectora, observe como muitas famílias vão ficando primeiro sem emprego, depois sem casa e por fim sem outro meio de subsistência que a solidariedade do próximo e, no entanto, resistem estoicamente a todas as adversidades na esperança que esteja a falar verdade quando lhes promete que esta provação em breve passará e que melhores dias virão. Uma coisa lhe garanto eu: Ai de si se lhes está a mentir! Olhe que os brandos costumes são uma blague!

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