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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Tradições

Uns dizem que havia duas pequenas povoações, ambas bonitas, uma mais antiga e outra mais recente, mas que esta última acabou por ficar englobada na outra.

Porem, Aqueles que lembram histórias antigas, sentados junto à lareira nas noites frias, contam que há muitos anos, nos arredores de Lisboa, existia uma casa acastelada onde nascia uma pequena povoação ainda sem nome. Nela vivia uma recatada e bela jovem que cavaleiros e jograis cortejavam. A todos delicadamente ela rejeitava, até que um dia apareceu um moço fidalgo e bem parecido. Olharam-se e logo se amaram, confessando mutuamente o súbito amor que brotara em ambos.
O enlevo foi fugaz. A rogo do papa o rei tinha anuído participar numa cruzada à Terra Santa para libertar a Palestina das garras dos infiéis. Os fidalgos foram convocados e o jovem amador lá partiu tambem, com o coração destroçado mas animado pelas juras de inquebrantável amor. Da varanda da torre da sua casa, a jovem, entre lágrimas de saudade, viu a armada descer o Tejo. Mas a nau em que o seu bem-amado seguia foi surpreendida por uma forte tempestade à entrada do estreito das Colunas de Hércules, afundou-se e toda a tripulação morreu. Ninguem teve coragem de dar a triste notícia à jovem castelã, mas ela, com o passar do tempo, adivinhou. O amor, porem, não morreu e alimentou a sua alma com tanto vigor que conservou sempre, inexplicavelmente, a beleza da juventude na sua cara. Com o passar dos anos o corpo definhou, os cabelos embranqueceram, mas o rosto nunca deu sinais de velhice.
Mais por hábito que por esperança, todas as tardes ela se demorava, nostalgicamente, a contemplar o Tejo da varanda da torre de sua casa. E as pessoas que passavam olhavam-na e comentavam com admiração: "Como é linda, a velha!". E foi assim que a pequena povoação sem nome passou a ser conhecida.

São lendas, eu sei, mas são as muitas histórias como esta que constroem o imaginário do nosso povo. Não há globalização nem "uniformização" europeia que o destruam, se não deixarmos.



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