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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Para lá do Marão

Sendim, mais propriamente Sendim da Ribeira - dado que, como as Marias, há mais Sendins nesta terra – é uma pequena povoação situada no nordeste transmontano. Passamos lá uns dias em casa de uns amigos.
É uma aldeia perdida na serra. Não tem lojas nem algo que possa assemelhar-se a uma casa de comércio. Só casas de habitação e barracões para guardar lenha e arrumar alfaias e redis para recolha das ovelhas e dos respectivos cães de guarda. Ah! E uma igreja, claro está, indispensável ao apascentamento dominical da dúzia de almas que por lá vive. Como o alimento espiritual não é tudo, o abastecimento dos bens terrenos, desde o pão ao petróleo, tachos, panelas ou candeeiros, é assegurado tambem uma vez por semana pelo tradicional almocreve. Já não vai a cavalo, evidentemente, vai montado numa boa carrinha comercial, estamos no sec XXI.
Encarrapitada na crista de um monte, a aldeia faculta a quem lá vai uma limpeza geral. Dos pulmões, porque se respira um ar saudável, isento de poluíção; dos olhos, porque a vista sobre os rudes montes e vales circundantes é soberba; da cabeça, porque o stress da cidade fica completamente anestesiado.
Algum frio nesta altura do ano, mas um frio seco, nada que não se aguente de dia com um camisolão vestido e à noite com a protecção da lareira acesa. No verão, sob a inclemência de um sol sem nuvens adivinha-se um local infernal.

Fizemos de Sendim quartel general. De manhã, depois do pequeno-almoço, metiamo-nos no carro e abalávamos à descoberta das cidades mais próximas. Ultrapassando o sobe e desce por montanhas e vales em estradas de curvas e contra-curvas, lá chegávamos a Alfândega da Fé – cidadesinha sensaborona, sem graça – a Miranda – bela e orgulhosa do seu património linguístico – a Torre de Moncorvo, Macedo de Cavaleiros, Freixo-de-Espada-à-Cinta. Almoçávamos normalmente pelo caminho em tasquinhas de gente simpática e acolhedora e onde apreciamos os enchidos típicos da zona (fazem tão mal mas sabem tão bem!) as migas de bacalhau ou o cabrito à transmontana. À noite regessávamos a penates e ao encosto da lareira.
Amanhã ou depois contarei mais coisas sobre este reconhecimento por terras “para lá do Marão onde quem manda são os que lá estão”

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