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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Retrospectiva

“A muita idade e as várias andanças, incluindo nestas um ou outro momento de euforia, os pontapés do Destino, os dos semelhantes, e os trambolhões que por descuido ou tolice se dão, nada ajudam a compreender da vida. Impedem que se repita um ou outro transtorno, mas a vida, feliz ou infelizmente, é caminho para o qual não há mapa nem bússola.

Vamos andando, paramos aqui e ali, derrapamos nas curvas, caímos na valeta, fazemos o possível por ir direitos e a direito. Depois, cansaço ou susto de ver a meta perto, abrandamos o passo, criando nos que ainda vêm longe a ilusão de que conseguimos chegar até ali por sabedoria e esperteza.

Na verdade, porém, não escolhemos a rota, nem sequer caminhamos pelo próprio pé. Somos empurrados. A uns leva-nos a aragem, a outros o suão, muitos aproveitam o vento içando velas, os desatinados enfrentam o ciclone.

Saber da vida? Nem sequer sabemos donde vem o vento ou quem o sopra.”


Este texto não foi escrito por mim. Nem o seu autor, José Rentes de Carvalho, que eu conheço apenas do que me transmite quando leio o que escreve, me concedeu autorização para o usar. É certo que tambem não me proibiu de o fazer. Por isso o transcrevo e subscrevo.

Por várias vezes tentei alinhar umas palavras que traduzissem o meu sentimento quando rebobino o meu percurso neste curto espaço de tempo a que chamamos vida, nas nunca consegui parir algo que materializasse as formas nítidas dessa sensação. Quase por acaso, tropecei nas palavras deste mestre. Subtilmente, em cada parágrafo, cada vírgula, ele abre a janela sobre o horizonte da verdade que eu conhecia mas não lograva dar a conhecer. Bem haja quem efectivamente sabe escrever.

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