Era uma vez a Natália. Era uma vez a Rossella. Conheci a Natália em Timor-Leste, era a "mãezinha" do pequeno grupo familiar que formámos para nos sentirmos menos longe de casa. Conheci a Rossella em Itália, uma óptima colega de trabalho que com o tempo se transformou numa amiga formidável. O que têm em comum? São as duas de uma doçura fora do normal e ao mesmo tempo dotadas de uma força capaz de mover montanhas. Guerreiras anónimas que se destacam da média no combate com o fado que nos toca na roleta russa da vida.A Natália é uma mulher com uma vida cheia. Tem quatro filhas, a mais pequena das quais muito dependente dela. Tem uma carreira profissional brilhante como professora universitária. É uma referência para os seus alunos, os seus amigos, a sua família. Luta há quatro anos contra um cancro impiedoso que teima em roubar-lhe tão prematuramente o corpo que aloja a sua alma límpida. Luta, já sem a esperança de "conseguir safar-se", como me sussurrou hoje, mas continua a lutar. És uma heroína, Natália.
A Rossella é uma mulher determinada como poucas. Sabe muito bem o que quer da vida, como poucas. Joga as cartas da sua vida profissional com uma mestria visível só a quem a conhece bem: o seu objectivo é o equilíbrio que lhe garante o caminho para a vida familiar que ambiciona. Luta há quatro anos contra a burocracia da adopção de crianças. E finalmente, Domingo passado, foi conhecer os três irmãozinhos que serão os seus filhos. És uma heroína, Rossella.
A Natália e a Rossella são duas mulheres de armas. A Natália está a fechar um capítulo, a Rossella a começá-lo. A elas dedico o dia de hoje.
Abreijos
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