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quinta-feira, 22 de março de 2012

Família alargada

Uma pessoa quando nasce tem só uma certeza - aquela de que mais tarde ou mais cedo deverá morrer. O resto - o que se passa entre as duas extremidades da linha vital - improvisa-se. Às vezes o que se improvisa bate certo, outras menos certo, e às vezes corre mesmo mal. Inevitavelmente quando alguém morre fazemos o balanço do que foi bem e do que foi mal improvisado. E se a vida de quem morreu nos tocou de alguma maneira damos por nós a pensar o que poderíamos nós ter improvisado para fazer as coisas andarem melhor para todos.

Quando soube que o Zé António tinha morrido, passado o choque inicial o meu pensamento viajou no tempo, até ao ano em que uma discussão familiar, comezinha como tantas outras, abriu um fosso no seio da nossa família alargada. Dizem que o tempo cura tudo, mas não bastou para fechar a ferida, e o fosso transformou-se em abismo. Falta de vontade de ambas as partes? O que poderia ter feito eu para evitar ou melhorar a situação?
Lembro com saudades todos os Natais em que todos celebrávamos juntos a união da nossa família alargada. Recordo ainda o último Natal que passámos todos juntos, a Tia Luísa era viva. Quando a Tia Luísa morreu alguém professou que seria o início do afastamento, que era ela o pilar da família. Foi verdade até certo ponto. Ultimamente alguém resolveu pôr ressentimentos antigos para trás das costas e herdar a função de pilar portante da nossa família alargada.
Tenho olhos ansiosos postos no futuro.

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