De vez em quando duas das nossas netas passam o fim-de-semana connosco. Como sempre, é certo e sabido que a rebaldaria de pronto se instala: a sala, os quartos, as casas de banho, os corredores, tudo o que seja espaço útil para brincadeira entra em convulsão, sofre o efeito da passagem de dois furacões chamados Mariana e Inês. Enfim, a casa adquire vida.
Pior é quando os dois furacões se chocam, rodopiam e criam uma quase incontrolável força da natureza. Nessa altura há que inventar processos de acalmia da tempestade.
Foi numa dessas tardes, há umas semanas, que pegamos nas duas e decidimos ir ao teatro – o Politeama tinha em cartaz uma peça para crianças. Fomos cedo e houve tempo para dar uma volta pela Baixa: Ruas Augusta, Correeiros, Sapateiros, Santa Justa, por fim Rossio e Portas de Santo Antão. Muitos restaurantes, cada um com o seu “promotor”, de carta de menus em punho, apregoando as especialidades da sua casa, numa voluntariosa pesca sobre a Babel de línguas, raças e credos que ia passando, olhando, vendo prêços, com a habitual dificuldade da escolha quando a oferta á muita.
Não posso estar mais de acordo. Lisboa é unanimemente uma cidade bonita. Medidas como esta não são muito onerosas e fazem esquecer um pouco a degradação que assola muitos prédios do seu casco histórico.
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