Há meses que não chove em Portugal. É certo que caíram umas pinguitas aqui e ali, mas chover, chover, não choveu. Se não chover a sério neste mês de Março, o que infelizmente não se prevê, Portugal estará a braços com a pior seca dos últimos dez anos e o Alentejo e o Algarve serão as regiões mais afectadas, alerta o Instituto Nacional da Água.
A questão do abastecimento de água das populações não está ainda em risco. Quando muito, o INAG aconselha medidas de combate ao desperdício com redução do abastecimento a consumos menos básicos, como piscinas e campos de golfe.
Os efeitos desta situação, porem, fazem-se já sentir gravemente na agricultura, principalmente na actividade pastorícia, pois sem chuva não há pastos. Para alimentar o gado, os produtores, grandes, pequenos ou caseiros, estão a gastar inevitavelmente as reservas de forragem que tinham destinadas para o fim do verão e para o inverno. Antecipando a previsível ruptura de stocks nessa altura, têm vindo a exigir que seja declarado o estado de calamidade para, ao abrigo do mesmo, poderem usufruir de subsídios que lhes permita comprar mais forragens.
Felizmente, em matéria de palha o rebanho parece saber mais que tal pastor. Os criadores de gado bem sabem que na seca de há dez anos – estas coisas, como se sabe, são cíclicas – preces, orações, novenas e promessas não surtiram qualquer efeito. A chuva só veio quando S. Pedro quiz, que é ele que manda nas comportas do céu e só as abre quando acha que deve abrir, independentemente de pedidos e outras cunhas. Pedindo a Bruxelas sempre vão pingando umas moedinhas. Poucas e muito esmoladas, é certo, mas dão jeito e é melhor que nada. Portanto, se pedir a Deus não resolve, olhe... peça-se ao diabo.
Parece uma história do século XIX...
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