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sexta-feira, 16 de março de 2012

Reposicionar-nos na escala do consumo

No outro dia numa rara interessante conversa de café alguns colegas de trabalho arengavam sobre o que fazer se a empresa decidir fechar o nosso centro. Haverá quem migrará com o posto de trabalho, mas sendo uma decisão com um impacto familiar grande a maior parte preferiria reinventar-se noutra solução profissional na província de Roma. E quem sabe talvez aprender a viver com menos.
O que significa aprender a viver com menos?

Para mim faz parte do famoso Consumo Alternativo, ou Outro Consumo. Definir as regras deste novo conceito não é simples, até porque engloba tantas vertentes que na maior parte das vezes nos são invisíveis. Considero-me uma iniciante mas geralmente estou atenta a alguns dos princípios-base, como o do consumo eco e socialmente responsável. Mas tento também seguir algumas linhas gerais que adquiri ao longo dos anos e que com o tempo comecei a chamar minhas. Chamo-lhes os 4R do consumo alternativo e têm impacto directo nos nossos bolsos:  
1) Reduzir - repensar o que realmente é importante consumir e eliminar o supérfluo que não nos traz nenhuma mais valia. Exemplo? Mas porque é que eu comprei o raio do compactador de garrafas de plástico? Ocupa tanto espaço e faz-me gastar o dobro do tempo a concluir uma tarefa que faço perfeitamente à unha. Ainda durou 6 meses cá em casa, deitei-o fora quando destralhei a bancada da cozinha. E os corta-biscoitos com forma de bichos? Mas quem tem tempo??!! Nem sequer os abri, acabei por oferecê-los à Claudia. Mais? Mas o último eye liner que comprei, há 4 meses atrás, cheguei a usá-lo? Não, estou ainda a usar o outro que comprei há dois anos. Etc, etc, etc.
2) Reutilizar - ou seja usar todas as coisas até ao fim da sua vida útil. Exemplos: as loiças da Avó Ivone, da Tia Laura, do Gambito - eu uso-as. São velhas? São funcionais. Gosto da ideia que continuam a servir até terminarem o seu ciclo de vida. As minhas roupas de bebé e as dos meus sobrinhos? Foram herdadas pela Adelaide. Gosto mesmo da ideia que estamos unidos também pelo que partilhamos.  
3) Reciclar - quando um objecto termina o seu ciclo de vida útil, transformá-lo novamente em matéria prima. Os exemplos aqui são  mais corriqueiros, até porque anda de moda o artesanato reciclado e fazem-se coisas verdadeiramente extraordinárias. Mas devemos mentalizar-nos que isto de reciclar materiais para artesanato não é coisa de artistas. Convido todos a fazer a experiência: no próximo Natal em vez de comprar presentes, porque não oferecemos qualquer coisa feita desta maneira?
4) Repensar - e reavaliar o valor residual do que compramos. Estamos efectivamente a usufruir tudo o que pagamos? Quando acaba a marmelada, o que fazemos do frasco? Estamos a deitar fora metade do valor de compra da marmelada... Porque não amortizar tudo - mas mesmo tudo - aquilo que compramos? E talvez optar por não comprar lixo. Não é fácil. Mesmo estando atenta, sempre que chego a casa com as comprar encho o caixote de lixo com embalagens de todos os feitios e tamanhos.
Não tenho dúvidas que em cada 100 euros de compras semanais pelo menos 10 correspondem a embalagens que deitamos fora no espaço de pouco tempo...  
Parece corriqueiro, mas não é. Talvez não substituam um ordenado, caso percamos o trabalho. Mas ajudará e muito a colmatar os danos económicos da crise, a quem já os sente. Pensam que não? Façamos duas contas: Só nos exemplos que mencionei (e tantos outros deixei de fora...), se eu tivesse cumprido à letra estas regras teria poupado mais de 850 euros ao longo do ano. 850 euros mal gastos.
Não vos faz diferença? Então digo-vos a quem faz: com 900 euros fazem-se micro-empréstimos a 6 viúvas indianas que começarão a sua actividade de alfaiates e poderão garantir o sustento dos seus filhos. Com 900 euros anuais pagam-se os estudos e o alojamento num colégio interno de 6 crianças na Índia. Ou garante-se o apoio médico, escolar e subsistência a 3 famílias monoparentais em Madagáscar. Ou bolsas de estudo anuais a 3 alunos universitários em Timor Leste.
Vale a pena repensar a nossa posição na escala de consumo e começar a praticar alguns hábitos saudáveis também para o nosso porta-moedas. E mesmo que o nosso porta moedas não precise de uma ajudinha, então podemos sempre usar o que se poupa para investir em algo que valha a pena.
Boa noite

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