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terça-feira, 6 de março de 2012

Gato Escaldado...

O Expresso online de hoje noticia que a estação de televisão britânica “Channel 4” exibiu um vídeo gravado secretamente num hospital militar da cidade de Homs, na Síria.
As imagens mostram homens vendados presos às camas por correntes ferrugentas, feridos com sinais de agressões brutais e com o pénis atado para impedir que urinem, um chicote e cabos elécticos sobre a mesa de uma das salas. O autor secreto do vídeo relatou que as vítimas são tanto militares como civis, alguns muito jovens – um deles com apenas catorze anos – e que as formas de tortura (explica pormenorizadamente algumas que eu me abstenho de reproduzir) são arrepiantes.

A ser verdade, estamos em presença de mais uma barbárie a que a espécie humana desde sempre nos habituou. Há milénios já assim era, ontem no sec XX assim foi, hoje no sec XXI assim é, com o acrescento talvez de alguma criatividade no processo.
Repararam que eu referi “a ser verdade”?
Não me move qualquer simpatia pelo senhor Bashar Al Assad ou por qualquer outro ditadorzinho regional. Estou absolutamente certo que sob as suas ordens directas ou indirectas os seus sectários são capazes de atrocidades ainda mais bárbaras que as que foram relatadas pela testemunha. Não tenho dúvidas que muitos destes documentos fotografados ou filmados às escondidas revelam realidades que de outra forma não seriam dadas a conhecer ao mundo – não estou esquecido das imagens do cemitério de Santa Cruz, em Timor.
De hoje em dia, porem, tenho receio de estar a ser empurrado para a “verdade” que alguem quer que eu acredite. Tenho bem presente de como é manipulada a opinião pública mundial de forma a, conforme o interesse circunstancial, transformar Saddam de “valioso aliado do ocidente” em “sanguinário detentor de terríveis armas de destruíção massiça”; ou de como se metamorfoseia Kadafi de um chefe de estado bajulado por todos num “excêntrico ditador” por todos espezinhado. Antes de mais, há sempre que “preparar” a opinião pública para que tudo se processe “democraticamente e na defesa intransigente dos direitos humanos” sejam quais forem os verdadeiros desígnios. Nem que para isso se tenha de “fabricar” uns quantos documentos.
Já não embarco na primeira coisa que me põem à frente.
Transformei-me eu próprio num cínico? Se calhar é da idade.

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