Etiquetas

Family (30) Work (16) Planning (13) Health and Beauty (12) Home (12) World (12) P... (10) Ambiente (9) Maternity (5) Viagens (4) Economia doméstica (3)

segunda-feira, 19 de março de 2012

A canção do Avô Zeca

Hoje penso a todos estes pais:
O meu irmão, o meu primo Carlos, o Pato Donald e o meu tio João celebram o dia de hoje porque são pais uma vez. Foi o primeiro ano em que a Adelaide teve consciência da festa e fez questão de dar em mãos o presente ao seu "pepè".
O Tio Zé celebra o dia de hoje porque é pai duas vezes. Pergunto-me o que terá feito.
O meu cunhado Luís e o avô Elio celebram o dia de hoje porque são pais três vezes. O primeiro com uma casa saudavelmente turbulenta, o segundo com uma vida que momentaneamente lhe foge do controlo.
O Tio Toninho celebra o dia de hoje porque é pai quatro vezes. Imagino o entusiasmo que sente com a sua primeira neta.
O meu pai celebra o dia de hoje porque é pai oito vezes. E encara com satisfação e sentido de humor a bagunça de duas gerações de filhos.
O Ricardo teria celebrado o dia de hoje por ser pai quatro vezes. Penso na dor que sentirá a Patrícia porque o nosso Ricardinho não chegou a conhecê-lo.
O Jacinto teria celebrado o dia de hoje por ser pai oito vezes. Imagino quantas vezes terá o Luis pensado nele, hoje.
O meu avô teria celebrado o dia de hoje por ser pai 11 vezes. O Avô Zeca fazia questão de ser o primeiro a telefonar, quase ainda madrugada, a quem fazia anos. Tinha um entusiasmo quase infantil que desarmava a alma mais dorminhoca (leia-se Carlos) e que o acompanhou até ao fim. Foi a pensar nisso que telefonei ao meu pai hoje não eram ainda as oito de Portugal.


De todas as dores e saudades que sinto ainda tão vivas por ter perdido o Avô Zeca, três pesam-me particularmente: Não me despedi devidamente; Não lhe dei a tempo a felicidade de ter mais uma neta; A minha filha nunca o conheceu. Pelas primeiras duas não posso fazer nada. Mas faço os possíveis porque a Adelaide saiba quem foi o Grande Avô Zeca. A história do Avô Zeca é a sua canção de embalar preferida.


Canção do Avô Zeca

Vamos agora cantar
A história do José
Era um homem tão gentil
Que tinha tanta fé

A mãe era de Cabo Verde
O pai era de Portugal
Foi nascer na Guiné
Este turista acidental

Foi o homem da casa
Para a mãe e as irmãs
Charmoso e bem educado
Era o rei dos galãs

De cariz aventureiro
Viajou por seca e meca
E onde o corpo não chegou
Foi a fantasia do Zeca

Foi homem dos 7 ofícios
E das mil aventuras
A grandeza do avô Zeca
Não se media pela estatura

Artista de profissão
Teve tanta namorada
Mas vadio de coração
Não se prendia a nada

Foram os olhos da Ivone
Que acenderam a brasa
E de imediato a elegeu
Rainha da sua casa

Dois filhos e quatro netos
De um amor que perdura
Foi mais que um casamento
Foi a maior Aventura

Quando a Ivone se foi
Deixou um grande vazio
E foram então os bisnetos
A reacender o pavio

No dia em que morreu
Sorria com esplendor
E a todos dizia
Vou ter com o meu amor

Outra vez juntos ao pé das estrelas
Estão Ivone e Zeca os bis
A mamã pede-lhes sempre
Que tu sejas feliz

3 comentários:

  1. Querida prima, espero um dia ser como tu e conseguir mostrar à/ao meu/minha filho/a quem era o avô, os bisavós, os tios, etc... Vou guardar, muito bem guardada, a canção de embalar da tua Adelaide, porque o teu avô Zeca (que também era um bocadinho meu)era mesmo assim.

    Um grande beijinho e que 2013 te traga tudo o que desejas.

    Ana Rita

    ResponderEliminar