
Portugal é uma opereta.
Num país que vai perdendo diariamente a geração que mais esforço e dinheiro lhe custou a formar; num país em que o simples atravessar de rua do prédio rico para a urbanização social faz baixar a esperança média de vida em vários anos porque quem tem menos dinheiro tem inevitavelmente menos saúde; num país em que as medidas alegadamente preconizadas para fomentar o emprego conduzem a uma taxa de desemprego sem precedentes; num país em que se discute abundantemente sobre a supressão de quatro feriados anuais como panaceia para melhorar a competitividade da economia e se “esquece” que essa mesma competitividade está enquistada por causa do custo de energia absolutamente insuportável, do incomportável prêço dos combustíveis e da feroz voracidade fiscal, que, em efeito combinado, inibem e matam à nascença qualquer iniciativa tendentemente competitiva por mais criativa que seja; num país em que os seus governantes já interiorizaram que a solução para o enriquecimento está no empobrecimento das pessoas; dir-se-ia que este país é forte inspiração para um libreto digno de uma ópera trágica e pesada.
Mas não.
Folheio o Expresso e constato que Santana Lopes, aquele “que anda por aí”, não pretende ser novamente candidato nas próximas eleições autárquicas porque entende que ser Presidente da República é o seu projecto político prioritário.
Cá está! Eu não dizia? É a tal gargalhada que faltava ao nosso trágico enredo. Descomprimimos, desopilamos o fígado e ganhamos a sensação de estar a pairar num ambiente virtual. Decididamente, Portugal é um país de opereta!
Esperemos que se mantenha opereta, que se o gajo for eleito ainda acabamos com um filme de horror...
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